sexta-feira, 9 de novembro de 2012

A CIGANA

Cigana de mil cores, Que já sofreu muitas dores, Viveu enfim muitos amores, Pede que diga, sem favores, Que a Deusa naquelas danças Entre olhares tristonhos, alianças Falava de amor, de lembranças Amor que não chegou ao fim. Esta suspenso no tempo Mas tem futuro sim. Os desejos dele foram empós do vento A procura de um alento, Em busca de coragem, Para aceitar o afastamento. Os olhos dele choram em tarde escura Lembram de um amor lá nas alturas, Naufrago perdido em mar de desejos. Os passos dele pisam senda dolente A procura da pessoa ausente. Ele perdeu das estrelas o brilho Por falta do teu amor, um empecilho. O sonho dele perfura a noite Tua lembrança dói feito açoite Não o deixa sossegar. Muitas vezes as mãos dele tateiam As flores, imaginando o corpo teu; A vida dele tornou-se triste e escura, feito breu. Aquietas, não turbes o teu coração ateu Pois não demoram duas luas cheias Eles estará, sem peias Chorando nos braços teus. ASS: ARLINDO TORREZANI

POVO CIGANO

Nesta curta poesia falarei de um povo gigante Muitos andam pelo mundo parecendo grei errante Mas é um povo que sempre foram em seus problemas triunfantes E é desta gente cigana que estou falando neste instante Os ciganos legaram ao mundo coisas interessantes... Como a liberdade, sabedoria de viver e um amor contagiante... É um povo detentor de uma cultura fascinante... Às vezes são desprezados, mas que o mundo os respeite doravante, Dizem que partiram há três mil anos atrás Da Índia antiga seus ancestrais Daí espalhou pelo mundo e não pararam jamais Amam as cores e música alegre preservando os costumes de seus pais. ASS: ARLINDO TORREZANI

SAUDADE DE MEU CIGANO

A saudade veio me acordar O bálsamo da tristeza no meu peito derramar a dor do amor somente Um beija flor pôs-se a cantar A alma ficou a soluçar com os olhos mofados de tanto chorar O coração gemia com lágrimas magoadas pelo rosto a rolar Ao vento a implorar o meu cigano encontrar Por que partiu e não quis mais voltar? Em que braços dormiu que esqueceu de me amar Ah!quem roubou meu patuá que deixou esta gadji triste a chorar Sozinha a dançar Com o Círculo Raiado a venerar Lembrando das verdes primaveras das doces quimeras que um dia viveu e que morreu na noite fria do adeus ! Oh! destino cruel! Por que me roubaste o mel e me devolvestes o fel no tacho amargo da vida! ASS: ARLINDO TORREZANI

terça-feira, 6 de novembro de 2012

ANJO QUERO SER

Queria realmente ser um anjo, Ter a bondade nas faces, A sabedoria no olhar, Saber sorrir, saber confortar, Saber entender os aflitos, saber ensinar. Ir ao encontro de todos, e a todos amar... Queria realmente ser um anjo Sorrir ao ver a ventura do vencedor, Se emocionar com o desespero do perdedor. Beijar a face daquele que suplica E aplacar a raiva do inimigo cruel. Por fim, queria realmente ser um anjo E poder quebrar todas as regras celestiais Sentir o amor único, e exclusivo, E chorar por todos os demais Queria somente ser um anjo Que ama a todos e nada mais... ASS: ARLINDO TORREZANI

SER LEVE

Um pensamento esvoaça no meu cérebro, que vida não precisa ser pesada em nenhum momento, quando a paisagem ao redor não for bonita, que se gire sobre os calcanhares e enxergue o outro lado. O sorriso, indispensável, esteja brincando no canto dos lábios e se saiba ver o diferente nas coisas mais comuns, ler uma poesia e saborear cada palavra tal qual um bom vinho, gole a gole, refinadamente. E as emoções, essas deverão estar sempre escancaradas, reacendendo o fascínio e o desejo de viver intensamente. Há que se lembrar de jamais passar ao largo da vida e dela nunca esperar apenas grandes espetáculos, pequenos atos também causam alegria e arrancam grandes aplausos, um beijo estalado, um olhar ousado, um carinho inesperado. E se, por acaso, o cair não seja evitado que o tombo não seja estrondoso a ponto de atrair olhares mas, como uma pluma, pouse com delicadeza e seja capaz de se reerguer, rapidamente, ao menor assopro. ASS: ARLINDO TORREZANI